A farra da Antiguidade: Satyricon > O primeiro romance erótico da literatura ocidental é Satyricon, de Petrônio (Roma 9 a.C- 67 d.C). O autor era espécie de conselheiro de costumes da corte do imperador Nero. Homem do palácio e das ruas, Petrônio descreveu os bizarros comportamentos da elite romana. Seus personagens são dois homossexuais e o jovem amante de ambos, que perambulam pelas casas de banho, mistos de bordel e sauna, que acomodavam os patrícios em suas farras.

Apenas fragmentos dessa obra chegaram aos nossos dias, mas retratam com fidelidade ambientes e situações que o autor conheceu. A sociedade romana era permissiva com os patrícios e, como hoje, tudo era permitido a quem podia pagar. O romance reproduz, com enorme riqueza de detalhes, o festim de Trimalchio, comerciante homossexual.

Trecho: “Entramos então, e levados por entre as placas, avistamos um grande número de pessoas de ambos os sexos, tão animados a se divertir nos quartos, que todos, por todos os lados, me pareciam ter tomado satirião (substância extraída de certa orquídea a que se atribuía poderes afrodisíacos). Ao nos perceberem, tentaram nos aliciar com sua petulância de andróginos; um deles de pau duro até a cintura, partiu para Ascilto, e, derrubando-o sobre um leito, tentou moer o trigo em cima dele. Vôo em seu socorro e, unindo nossas forças, botamos o enlouquecido em seu devido lugar”.

Livro: Enquanto Petrônio morre..., de Flávio Braga, editora Best Seller

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