No consultório: Não aguento mais esse grude! > Fabiana está casada há quatro anos. Ela e o marido estabeleceram um tipo de relação onde só saem juntos. Ou vão os dois, ou não vai ninguém. Sempre acreditou que num casamento é importante fazer concessões em nome do amor. Não se importou muito de abrir mão de assistir a shows e peças de teatro que seu marido detesta. Pelo menos ele gosta de praia, coisa que ela também adora. De seis meses para cá, entretanto, está se sentindo insatisfeita e se recrimina por isso.

Uma tia-avó de seu marido, muito idosa e que ela mal conhece porque morava em outra cidade, ficou doente e foi trazida para viver aqui com uma sobrinha. Desde então, todos os domingos vão visitar a tia Loló num subúrbio, a mais de uma hora de distância de sua casa. “Não dá mais para aguentar. No verão, 40º, não posso ir à praia. Não fui criada pela tia Loló, não tenho nenhuma relação com ela, aliás nem a conheço, mas tenho que passar o dia inteiro lá, sem fazer nada. Quando perguntei a ele, depois de ter ido várias semanas seguidas, se era importante eu ir, ficou magoado e acha que isso é um sinal de que estou deixando de amá-lo.”


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O ideal do par amoroso que está sempre junto, que se completa em tudo, onde um é a única fonte de gratificação do outro, atenua por um tempo o temor do desamparo. Mas para que essa situação seja mantida, são feitas muitas concessões e a conseqüência inevitável é um acúmulo de frustrações que torna a relação do casamento sufocante.

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