No consultório: Sofrimento desnecessário > Cíntia e Chico estavam casados há oito anos e tinham três filhos, sendo que o mais novo não havia completado um ano ainda. Num sábado, Chico não almoçou em casa, tinha um encontro de trabalho num restaurante que freqüentava sempre. No fim da tarde, Cíntia recebeu um telefonema do marido, já com a voz um pouco alterada pela bebida, pedindo que ela fosse ao seu encontro.

Chegando lá, foi saudada por Chico, que gritou: “Que bom, Cíntia, que você chegou! Vai poder conhecer a mulher que eu amo.” Acreditando ser uma brincadeira de mau gosto, Cíntia apressou o marido para ir embora. Chico não respondia a seus apelos e, animado, continuava enchendo o copo de uísque.

Foi então que Cíntia, aturdida, assistiu à entrada triunfal de uma loura exuberante que foi direto à mesa de seu marido, abraçando-o e beijando-o . Enquanto isso, ouvia dele, em voz alta e nítida, a frase que nunca conseguiu esquecer: “Cíntia, essa é Rose, a mulher que eu amo.” E abraçado a Rose, se retirou do restaurante, deixando Cíntia sem ação, tendo que ser amparada por dois garçons. Desse dia em diante, Chico se encontra quinzenalmente com os filhos, mas nunca mais voltou para casa nem explicou nada a Cíntia.

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Geralmente, quando uma mulher quer romper um casamento, tenta conversar com o marido para juntos buscarem uma solução amigável. E é comum isso acontecer sem que ela esteja necessariamente envolvida em outra relação amorosa. Entretanto, nem sempre os homens conseguem comunicar sua decisão de separar de forma tranqüila e amistosa. É possível que a culpa por estar se afastando da família e mesmo da mulher — que há anos se comprometeram a proteger — os leve a fugir de enfrentar uma situação tão delicada. O resultado pode ser rompimentos radicais e muito sofrimento desnecessário.

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