No consultório: Strip-tease frustrado > Denise, uma professora de 38 anos, está casada há 16. Ultimamente tem se queixado bastante da sua vida conjugal. Está difícil aceitar o grande desinteresse que seu marido vem demonstrando por sexo. Há muito ele não a procura, e quando ela toma a iniciativa ele diz que está cansado e muda de assunto.

Inconformada, com medo de ele ter outra mulher, tenta de tudo para seduzi-lo. “Entrei num curso de strip-tease e me esforcei para aprender direitinho e ser bem sensual. Quando achei que já estava pronta, disse ao meu marido que tinha preparado uma surpresa. Ele estava deitado na cama lendo o jornal. Coloquei a música adequada e comecei a dançar, fazendo o strip. Fiquei arrasada. Ele me olhou com ar de enfado e disse: “Ah! Pára com essa bobagem!”, pegou novamente o jornal e continuou a ler.

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É comum ouvirmos sugestões para esse problema com frases tipo: “tem que ser criativo”. Além de ninguém explicar o que é exatamente ser criativo, fica a idéia de que a incompetência pessoal é que está colocando a relação em risco. Aí parte-se para soluções fáceis como ir a um motel, abrir um champanhe, ou mesmo um constrangedor strip-tease. E, claro, nada disso adianta; desejo sexual não se força.

Pouca gente gosta de ouvir que desejo por tempo prolongado é, na maioria das vezes, incompatível com a excessiva intimidade e a discussão de questões cotidianas, como ocorre na vida a dois. O casamento só existiu sem provocar tantas frustrações enquanto não havia nele expectativas amorosas e de prazer sexual. O que aconteceu até aproximadamente a década de 40.

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