No consultório: Um filho para os outros > Meg é uma fisioterapeuta de 26 anos e se casou há quatro. Desde então viveu atormentada com a cobrança de todos a sua volta: “quando vem o bebê?”. O marido, o único que não insistia no assunto, não conseguia esconder a profunda decepção quando a ouvia dizer não estar certa de querer filhos. Não suportando a pressão, Meg parou de tomar pílula e pouco depois engravidou. “Eu não agüentava mais! Minha sogra começou a me tratar diferente, meus pais tentavam me convencer de que assim eu perderia meu marido, até minhas amigas diziam que eu tinha medo de crescer. Eles venceram...vou ter um filho. Mas estou preocupada. Acho que não vou ser boa mãe; não tenho a menor vontade de cuidar de criança.”

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Como é difícil escapar dos modelos! Meg não conseguiu. Apesar de a mulher ter se emancipado em vários aspectos, a maior expectativa que ainda hoje se tem em relação a ela é que seja mãe. Não é raro olhar-se com piedade para as mulheres que não têm filhos e criticar as que não querem tê-los.

A pressão ideológica é tanta que muitas mulheres chegam até a se convencer de que desejam ter filhos, sem que esse desejo realmente exista. E nesse caso a maternidade pode ser vivida com muita frustração e culpa.

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