No consultório: Vida de prisioneira > Gisela, uma fonoaudióloga de 34 anos, vive uma situação complicada sem encontrar solução. Casada há nove anos com Rubens, um profissional liberal bem-sucedido, tem com ele uma filha de sete anos. Sente amizade e carinho pelo marido, mas nenhum desejo. Já se esforçou para mudar esse quadro sem nada conseguir. Desde a última vez que aceitou fazerem sexo, sentiu estar se violentando demais. Decidiu, então, que a separação era irremediável. Ao conversar com o marido sobre o assunto, constatou desanimada que não havia saída para ela.

“Eu queria ficar morando com nossa filha e ele nos daria uma pensão. Ele não aceita. Disse que se eu quiser me separar, posso ir embora. Ele fica no apartamento com a menina e não dá pensão nenhuma. Fiz faculdade, curso de especialização e o meu salário não dá nem pra alugar um quarto e sala, sem contar as outras despesas. O jeito foi continuar casada. Dormimos na mesma cama, mas ele me respeita, não me encosta. Isso já dura dois anos. Há seis meses namoro um homem separado. Adoro estar com ele e o sexo é maravilhoso. Mas só posso encontrá-lo de dia e nunca nos fins de semana. É claro que acaba comprometendo nossa relação. Meu marido não me pergunta nada, mas sei que certas regras estão implícitas. O pior de tudo é que não vejo como mudar essa situação. Me sinto uma prisioneira.”

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Muitos dizem que quando um casamento não é satisfatório, as pessoas logo se separam. Mas não é tão simples assim. Além de todas as questões emocionais que envolvem a separação, a interferência de vínculos econômicos contribui para dificultá-la. É grande o número de mulheres que se vêem forçadas a permanecer casadas, e com esforço cumprir suas obrigações sexuais com o marido em troca de casa, comida e algum conforto.

Em outros casos, apesar de a mulher não conseguir se separar por ser dependente, consegue de algum modo driblar o desprazer de fazer sexo com o marido sem vontade.

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