Corte do Amor ( França, século XII) > A partir dos trovadores, o amor passou a ocupar lugar relevante na conversação da corte. O amor cortês era praticado no interior do castelo. O código cortês não servia exclusivamente para fazer versos; era tido como aplicável à vida. Na Corte do Amor todos se reuniam num grande salão para debater questões amorosas, segundo regras rigorosas.

Algumas perguntas eram lançadas: “Quem é mais fácil conquistar, a esposa de um homem impotente ou a de um homem ciumento?”; “O que você prefere: roupas quentes no inverno ou uma amante da corte no verão?”; “Se a sua senhora, para entregar-se a você, oferecesse como condição passar uma noite com um velho desdentado, você preferiria que ela cumprisse a condição antes ou depois?”; “Falta uma dama à sua promessa escolhendo outro quando abandonada pelo seu amante?”; “Pode um cavaleiro que perdeu toda a esperança de ver a sua dama (que um marido ciumento tem encarcerada) buscar novo amor?”; “Belo senhor, o que preferis: que as pessoas digam mal da vossa dama e que vós a acheis boa, ou que falam bem dela e vós a julgueis má?” A concepção estrita da honra obrigava um homem distinto responder: “Senhora, eu prefiro ouvir dizer bem dela e achá-la má.”

Na verdade, ninguém pretendia obter soluções para tantas questões difíceis, mas brincar e ter o prazer de falar sobre o amor em público.

Trecho de O Livro do Amor, de Regina Navarro Lins. Lançamento: 2012

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