Noite de núpcias na Idade Média > Não era raro, após o casamento, os convidados se divertirem criando obstáculos ao casal de noivos. Os “amigos” do noivo às vezes jogavam água suja na noiva ou a deixavam cair em monte de esterco. Quando o casal se recolhia o marido punha o sapato da esposa perto da cabeceira da cama, a seu lado, como símbolo do poder sobre ela. Ao continuarem as brincadeiras na casa do noivo, os hóspedes podiam aplaudir quando ouviam “a palha se mexer” lá em cima, ou dar vivas ruidosamente ao noivo, se ouvissem o “grito de defloramento” da noiva. Alguns tentavam espiar pelo buraco da fechadura ou escalar o lado da casa, para darem uma olhada pela janela.

No dia seguinte de manhã, o casal recebia uma taça de vinho branco misturado com leite ou cerveja, a fim de restaurar as energias supostamente esgotadas. A esposa comparecia à capela a fim de fazer votos sobre seu comportamento futuro e passava no leito de três a dez dias. Após esse período, se apresentava para jantar no salão. Geralmente, a festa durava muitos dias, pois os convidados haviam viajado uma grande distância para poder comparecer. Os mais importantes alojavam-se no castelo; os menos prestigiados eram enviados a barracas levantadas ao redor.

Trecho de O Livro do Amor, de Regina Navarro Lins. Lançamento: 2012

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