No consultório: O desespero na separação > Márcia, uma pedagoga de 36 anos, mãe de três filhos adolescentes, precisou tirar licença no trabalho e ser transferida para a casa dos pais para ser cuidada por eles. O motivo? O estado de profunda depressão em que se encontra desde que seu marido quis a separação e foi viver com outra mulher.

Quando o conheceu era uma jovem livre e independente, mas desde os primeiros tempos de casamento passou a viver só para ele e os filhos, como se nada mais no mundo tivesse importância. “Minha vida não tem sentido sem ele ao meu lado. Não tenho coragem de me matar, mas não tenho dúvida de que preferia morrer.”, desabafa.

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A história de Márcia é igual à de muitas pessoas que, ao encontrar um parceiro, o transformam em única fonte de interesse. A questão é que no Ocidente somos incentivados, desde muito cedo, a acreditar que só é possível ser feliz se tivermos alguém ao nosso lado.

Da mesma forma como a criança pequena se desespera com a ausência da mãe, o adulto, ao perder o objeto de amor, é invadido por uma sensação de falta e de solidão. Além disso, quando fracassa um projeto amoroso, a pessoa perde o referencial na vida e sua auto-estima fica abalada.

Entretanto, se as crianças fossem ensinadas a enxergar as coisas como elas são, quando ficassem adultas saberiam que, na maior parte das vezes, as relações amorosas duram apenas um tempo, sem significar fracasso de alguma das partes. Mas isso só será possível quando mais pessoas tomarem consciência dos prejuízos causados pela idéia de que dois se transformam num só.

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