Rigores da religião protestante> Os puritanos, calvinistas radicais da Inglaterra, queriam purificar a Igreja Anglicana. Além de Genebra e Escócia, é na Nova Inglaterra (região nordeste dos EUA) que o puritanismo se manifesta em sua forma mais severa.

Além de todas as restrições impostas por Calvino, havia numerosas restrições sobre os divertimentos dominicais e os encontros de casais solteiros. Estes deveriam ser bem vigiados pelos respectivos pais ou responsáveis. Nenhuma igreja puritana possuía órgão; os sermões duravam duas ou três horas, e havia vigilantes que cutucavam os que caíam no sono ou não estavam prestando atenção.

Os fornicadores eram flagelados e tinham que fazer uma confissão pública na igreja; o pelourinho era a penalidade para os pais, cujo primeiro filho nascesse cedo demais, em relação ao dia do casamento; era comum ser recusado o batismo a uma criança nascida em um domingo, porque se acreditava que ela devia ter sido concebida em um domingo.

Os considerados fracos de espírito podiam ser queimados como feiticeiros ou enforcados. Isso aconteceu com um criado adolescente, da cidade de Duxbury, Massachusetts, por haver feito sexo com uma égua, uma vaca, duas cabras, cinco ovelhas, duas bezerras e um peru.

E um criminoso insignificante, atormentado além dos limites da razão, foi condenado à morte porque um leitão na ninhada de uma porca tinha uma expressão humana, assim como “um olho defeituoso igual ao dele, o que tornando-o suspeito”. Açoitamentos públicos, marcas a fogo e mergulhos na água eram penalidades impostas a ofensas tais como conduta desordeira ou atos de zombaria ou desacato.


Trecho de O Livro do Amor, de Regina Navarro Lins. Lançamento: 2012

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