Sadomasoquismo de consenso > Ruth me contou sua história: “Eu e Arnaldo namoramos há dois anos. No meu aniversário fomos a um motel. Até aí, nada demais. Mas quando entramos na suíte, fiquei chocada. Havia um cenário estranho. Desde as cores usadas na decoração — preto, branco e metálico — até os objetos e adereços à vista. A cabeceira da cama oferecia tiras de couro com algemas e um suporte para prender a cabeça de quem se deixasse amarrar. É claro que não vivo em outro planeta e logo vi que se tratava de sadomasoquismo. Eu estava assustada.

Arnaldo me tranquilizou dizendo que estávamos apenas saindo da rotina e eu não participaria de nada que não estivesse a fim. Enquanto bebíamos vinho, ele foi explicando que havia uma forma de se buscar prazer provocando sensações causadas por aqueles objetos. Se minha confiança nele não fosse total, não deixaria que me colocasse as algemas e, lentamente, me possuísse, enquanto apertava meus punhos e me dava chicotadas nas nádegas e pernas. Nada violento nem que machucasse. No fim, foi gostoso e inesquecível.”

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Quando ouvimos falar em sadomasoquismo, logo pensamos em dores e machucados. Mas, na realidade, a grande procura de chicotes, algemas, e vários outros apetrechos, visa a aumentar o prazer sexual sem machucar. A base dessa prática é o antagonismo entre domínio e submissão, poder e desamparo. No relato acima, parece haver um consenso e uma negociação entre as partes, de forma que um dos parceiros pode interromper o jogo a qualquer momento. De qualquer forma, é fundamental que no sexo não se faça nada sem vontade, só para agradar o outro.

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