Amando o amor > Recebi este e-mail de uma leitora: “Meu nome é Lígia, tenho 38 anos. Desde que me separei desejava viver um grande amor. Numas férias conheci Roberto e senti ter encontrado, enfim, o amor que há tanto tempo procurava. Ele mora em outra cidade e combinamos de nos encontrar logo. Eu tinha certeza de que não poderia mais viver sem ele.

Alguns dias antes de Roberto chegar, fui ao aniversário de uma amiga. Lá, conheci Sérgio. Foi uma atração imediata. Ficamos juntos e nessa noite ele dormiu na minha casa. Eu estava completamente apaixonada por Sérgio. Quando Roberto telefonou, como fazia todos os dias, eu lhe disse que não viesse mais ao Rio, inventei que ia viajar. Sérgio é o grande amor da minha vida; tenho certeza de que não posso mais viver sem ele.”

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O que aconteceu? Afinal, Lígia ama Sérgio? Então, não amava Roberto? Nada disso. Lígia, como quase todas as pessoas na nossa cultura, vive aprisionada pelo mito do amor romântico e pela ideia de que só é possível haver felicidade se existir um grande amor. Na realidade, ela ama o fato de estar amando. Apaixona-se pela paixão. Fundamental é um homem ao lado, o resto se constrói —ou se inventa.

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