Miguel Oliveira · @BlogdoEstado
18th Jul 2012 from Twitlonger
Saúde: Propostas dos candidatos à Prefeitura de Santarém.( Alailson Muniz )
O jornal Estado do Tapajós inaugura uma série de rodadas de entrevistas com os candidatos à prefeitura de Santarém. Durante várias semanas, temos de grande importância para o bem estar da população santarena serão abordados pelos candidatos. O primeiro é a saúde. Os candidatos foram provocados a manifestar suas idéias para melhorar um dos mais questionados dos setores públicos no Brasil.
A pergunta enviada aos candidatos foi a seguinte: Diante da alta demanda do Hospital e Pronto Socorro Municipal, da falta de médicos, da carência e falta de material em postos de saúde, da proliferação e aumentos de casos de doenças como a dengue, o que fazer para melhorar a saúde em Santarém? Leia o que eles responderam:
Alexandre Von (PSDB) - Inicialmente, gostaria de destacar três conquistas da nossa sociedade local e regional na área da saúde: o Hospital Regional, que amplia e aperfeiçoa seus serviços de média e alta complexidade; a formatura da primeira turma de medicina do interior da Amazônia, ocorrida recentemente, estas duas primeiras por iniciativa do Governo do Estado do Pará; e, por iniciativa do Governo Federal, a instalação de uma Unidade de Pronto Atendimento - UPA em Santarém. Quanto às ações de saúde de responsabilidade do Município, para o enfrentamento dos graves e conhecidos problemas e para o melhor atendimento da nossa população, muito se há que fazer. Propomos, dentre outras: Implementar programa de formação, capacitação e reciclagem de RH e valorização dos profissionais da saúde; Profissionalizar a gestão do Hospital e Pronto Socorro Municipal; Promover estudos e projeto e construir parcerias, com o Governo Federal e com o Governo do Estado do Pará, visando a construção de um novo Hospital Municipal e Hospital Materno Infantil em Santarém; Propor parcerias, com o Governo Federal e com o Governo do Pará, visando a implantação e manutenção de novas Unidades de Pronto Atendimento - UPAs no Município; Criar o Instituto Municipal de Saúde da Família, destinado a oferecer atendimento médico e odontológico em diferentes especialidades, exames laboratoriais, diagnósticos por imagem, fisioterapia e monitoramento pós-cirúrgico; Implantar Programa Municipal de Atendimento Humanizado, objetivando aperfeiçoar a qualidade dos serviços prestados no Hospital e Pronto Socorro Municipal e nas demais unidades de saúde; Ampliar a cobertura da Estratégia Saúde da Família e fortalecer as ações preventivas de saúde através do Programa Agentes Comunitários de Saúde e dos Agentes de Endemias; Ampliar a cobertura e fortalecer Programas Municipais de Saúde Mental e Saúde Bucal; Garantir o pleno funcionamento e a qualidade no atendimento da população nos Centros de Referência, nas Unidades de Saúde da Família e nos Centros e Postos de Saúde.
José Maria Tapajós (PMDB) - Precisamos urgente tirar a saúde da UTI, com medidas eficazes e chamando os governos estadual e federal para dialogar no sentido de fazê-los reconhecer que nós somos um pólo regional de saúde, responsável por uma população de cerca de um milhão e duzentos mil habitantes, pois hoje atendemos aproximadamente 19 cidades do entorno de Santarém e outras mais distantes como Faro e Terra Santa. Vamos adequar os recursos financeiros como prioridade para a saúde, uma vez que atualmente os recursos são insuficientes Precisamos dar condições de trabalho para os profissionais da saúde, quero reunir com todos para ouvir suas necessidades e receber sugestões para melhorarmos o atendimento a população. Quero a presença dos médicos nos bairros diariamente, como forma de descongestionar o PSM. Pois se o pronto socorro está lotado hoje é porque o atendimento não está funcionando nos postos e se falta médico falta remédio. Vamos trabalhar para que no nosso governo sejam implantadas mais 2 UPAS 24h. Para amenizar a carência de médicos vamos oferecer condições para os profissionais formados pela UEPA se fixarem no município, pois a média de formados no curso de medicina será de 16 novos profissionais por semestre, então cabe a nós implantarmos atrativos como o apoio as residências médicas que hoje já são uma realidade nas áreas da cirurgia, ortopedia e saúde da família, mas precisamos buscar novas residências principalmente nas áreas básicas como Pediatria, Clinica Médica e Ginecologia. Para nós um curso de medicina em Santarém só é de fato eficaz se pudermos dar condições de trabalho para esses novos profissionais atenderem a nossa população. Para combatermos a Dengue que é uma doença sazonal, pois os casos aumentam mais no período de chuvas precisamos da presença efetiva dos ACS. Ao invés do agente visitar casa sim casa não, quero nossos agentes de saúde e de endemias visitando todas as casas. Se envolvermos a comunidade e os meios de comunicação como forma de conscientização, vamos diminuir e muito os casos de dengue.
Lucineide Pinheiro (PT)- A saúde no meu governo será prioridade. Avançaremos em políticas públicas que Lula, Dilma e Maria fizeram dar certo no Brasil e em Santarém. Vamos manter e ampliar convênios que possibilitem a formação de médicos em Universidades locais. Fortaleceremos ainda mais a parceria com o Governo Federal, e com Dilma vamos ampliar a cobertura do Programa Saúde da Família; construir mais Unidades Básicas na cidade e no campo; implantar Unidades de Pronto Atendimento em bairros estratégicos, além de ampliar a frota de Unidades de Saúde Fluvial. Trabalharemos por uma rede de serviços com mais médicos contratados, sobretudo para atender as Unidades de Saúde. Temos crédito para propor estes avanços porque antes de Lula, o Brasil era endividado e revezava políticas econômicas improvisadas. A política neoliberal de FHC agravou o cenário, sucateando o atendimento de saúde. Uma história de abandono que não se resolve em dez anos. Lula e Dilma ampliaram o sistema público de saúde. De janeiro de 2002 a maio de 2012, o número de municípios atendidos com equipes de saúde da família subiu de 3.738 para 5.409, por exemplo. Aqui, Maria do Carmo avançou em saúde pública como nenhum outro governo fez. Construímos 44 centros de saúde e cinco unidades com atendimentos 24 horas; saltamos de quatro consultórios odontológicos em 2005 para 22 atualmente. Implantamos três Centros de Especialidades Odontológicas; três Unidades de Saúde Fluvial atendem aos ribeirinhos; construímos um novo Pronto Socorro e trouxemos para Santarém o SAMU e a Farmácia Popular. São conquistas que mudam a vida de quem mora aqui e também de quem mora nas cidades vizinhas menos estruturadas, que enviam seus doentes para serem tratados em Santarém. É por isso que para avançar em saúde pública é preciso investir em serviços de qualidade, de maneira que todo cidadão que precise tenha acesso à rede pública de saúde. Vamos fazer muito mais, porque temos parceiros para isso, responsabilidade com o dinheiro público e respeito por nossa gente.
Márcio Pinto (PSOL) - Antes da resposta, creio que algumas considerações são necessárias para entendermos a profundidade do tema. Primeiro, é preciso ter clareza de que a vida é nosso bem maior, nosso direito número 1 e que sem ela não se fala em educação, cultura, lazer, transporte, ou seja, para exercermos outros direitos, precisamos de vida, o que implica em boa saúde. Segundo, quando falamos de saúde precisamos avançar nos conceitos de "saúde pública" e de "saúde privada" e que, em sua generalidade, a maioria do povo depende da saúde pública e a maioria dos políticos pode dispor da saúde privada, daí não ser problema colocar um advogado para administrar a saúde, como aconteceu recentemente por aqui, afinal, se um dia um dos familiares dele precisar de auxilio médico muito provavelmente não cairá na rede pública. Hoje é notório que a grande demanda existente no Pronto Socorro Municipal dá-se em função da ausência de recursos humanos e materiais nas unidades de saúde espalhadas pelos bairros. Essas unidades existem, porém resumem-se aos prédios, não atendendo uma de suas principais razões de existir que seria a desconcentração do Municipal. Outro fator que contribui para essa alta demanda diz respeito à atenção básica, materializada hoje através do Programa "Saúde da Família". É público que este programa, cuja finalidade é a via preventiva, não vem cumprindo seu papel dentro de Santarém, por falta de pessoal. Portanto, não vejo outra forma de melhorar nossa condição na saúde se não for tratando-a como prioridade, o que passa pela elevação dos gastos com esse setor. É fundamental combater o desperdício de recursos em Santarém (propaganda institucional desnecessária, aluguéis de prédios para o funcionamento dos espaços públicos, cargos de confiança, os quais, em sua maioria são ocupados por apadrinhados políticos), revestindo-se tudo à saúde. É preciso garantir a realização de Concurso com número real de vagas e com uma carreira atrativa aos profissionais da saúde. No caso dos médicos, precisamos investir em uma política regionalizada e não localizada. Santarém precisa ser um polo de residência médica, oferecendo vantagens para além dos salários. Não há como fazer tudo isso sem se falar em ampliação de recursos, o que nos dispomos a fazer.
Rubson Santana (PSC) - Primeiramente é necessário considerarmos que a rede de atendimento e de profissionais da saúde não cresceu proporcionalmente ao crescimento da nossa população; Segundo: o ideal é tratar a causa e não os efeitos, hoje as ações de atendimento na saúde pública é feita como quem apaga incêndios, ou seja, não há ações preventivas efetivas. Terceiro: temos extirpar a gestão política do processo administrativo da saúde e colocar profissionais da área para fazer a gestão dos recursos humanos e financeiros do sistema. Quarto: não podemos esquecer que não é só a zona urbana que precisa de saúde, a zona rural de terra firme e rios precisa de atendimento diferenciado. As considerações formuladas de forma macro serão tratadas em meu governo, da seguinte forma: a) Instalação do Hospital Geral Municipal para atendimento clínico e ambulatorial de baixa complexidade. ( fonte de recursos: emenda parlamentar de bancada federal para instalação física e Ministério da Saúde no tocante ao orçamento). b) Trabalharei fortemente na execução de obras de saneamento básico, atendendo com microssistemas as casas onde a Cosanpa não atenda a população com água potável; executarei solução de esgotamento e tratamento de esgoto sanitário, bem como dotaremos todos os bairros com solução de drenagem e manejo das águas pluviais; c) Para gestão dos recursos e administração da Secretaria de Saúde será contratado um profissional da área, um profissional formado em Gestão Pública de Saúde; d) Área de Rios: Aquisição de um Barco Hospital, que, dotado de condições técnicas e humanas farão tratamento de forma itinerante em todas as comunidades ribeirinhas, levando atendimento clínico, odontológico e ambulatorial; Aquisição de ônibus com as mesmas características de atendimento nas comunidades rurais de terra firme; e) Aquisição de "ambulanchas" que ficarão ancoradas em comunidades ribeirinhas estratégicas para o atendimento de emergências; Da mesma forma serão disponibilizadas nas agrovilas, (zona rural terra firme), previamente definidas, ambulâncias (veículos com tração 4X4) para os transportes de emergências.