Gostei muito de conhecer ontem (terça) o Cine-teatro Eduardo Coutinho e a Biblioteca Parque de Manguinhos. Inaugurado há pouco mais de um mês, o cinema cobra meio ingresso de 4 reais para estudantes, idosos e moradores do Complexo de Manguinhos. Mesmo assim, os programadores Beto Moreira e Tatyana Paiva têm recorrido a blockbusters 3D como estratégia de atração de um público inicial. A sala de 202 lugares está equipada com projetor Barco 2K e som digital surround 5.1. A qualidade põe no chinelo a grande maioria dos cinemas da cidade. Ontem foi dia da primeira sessão do Cineclube Manguinhos, com entrada franca e a exibição de "Jogo de Cena", de Coutinho, seguido por um bate-papo comigo e a cineasta Cristina Grumbach, assistente e pesquisadora deste e de outros filmes de Coutinho. Havia cerca de 80 pessoas na sessão, público composto por estudantes, famílias e gente ligada ao grupo Manguinhos em Cena, que ocupa o teatro. A emoção de conversar sobre o Coutinho e sua obra era palpável no ar. Duas horas depois de terminado o filme, ainda tinha gente querendo fazer perguntas e considerações sobre o filme.
Conheci rapidamente os demais espaços da biblioteca, dotada de salas de estudo, leitura e reuniões, serviços para portadores de necessidades especiais, catálogo bibliográfico on line, espaço infantil e jardim de leitura. Em seus 2,3 mil metros quadrados pode-se acessar as estantes de livros e a internet, ver filmes, ouvir músicas, participar de atividades culturais ou solicitar o empréstimo de livros e filmes, entre os mais de 27 mil títulos. Só senti falta de uma lanchonete ou cafeteria para humanizar ainda mais o espaço. Mas a impressão de profissionalismo, limpeza, segurança e gentileza perpassa cada ambiente. Numa área recuperada da criminalidade pelo governo estadual, esse espaço integrado ao projeto Favela Criativa é um exemplo de ação do poder público em benefício da comunidade. A secretária de cultura Adriana Rattes está de parabéns.

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