Dn 7.19 "A verdade sobre o 4o animal"


v.23a "O 4o animal será um reino sobre a terra" - assim como o 4o reino representado na estátua [2.40]; o reino que se seguiu a Babilônia, [2.39] Media-persia e Grécia, foi Roma.
v.23b "diferente de todos os reinos"
O Império romano foi caracterizado pelo domínio dos Imperadores e do Papado; o reinado político-religioso é que faz ele diferente dos demais.
v.23c "devorará toda a terra"
Sob o governo do papado a Europa e as demais civilizações foram expoliados em seus recursos para manutenção do papado e seu clero.
v.23d "pisará aos pés [a terra]
O acesso da Igreja de Roma ao poder assinalou o início da escura Idade Média. Aumentando o seu poderio, mais se adensavam as trevas. De Cristo, o verdadeiro fundamento, transferiu-se a fé para o papa de Roma. Em vez de confiar no Filho de Deus para o perdão dos pecados e para a salvação eterna, o povo olhava para o papa e para os sacerdotes e prelados a quem delegava autoridade. Ensinava-se-lhe ser o papa seu mediador terrestre, e que ninguém poderia aproximar-se de Deus senão por seu intermédio; e mais ainda, que ele ficava para eles em lugar de Deus e deveria, portanto, ser implicitamente obedecido. Esquivar-se de suas disposições era motivo suficiente para se infligir a mais severa punição ao corpo e alma dos delinqüentes. Assim, a mente do povo desviava-se de Deus para homens falíveis e cruéis, e mais ainda, para o próprio príncipe das trevas que por meio deles exercia o seu poder. O pecado se disfarçava sob o manto de santidade. Quando as Escrituras são suprimidas e o homem vem a considerar-se supremo, só podemos esperar fraudes, engano e aviltante iniqüidade. Com a elevação das leis e tradições humanas, tornou-se manifesta a corrupção que sempre resulta de se pôr de lado a lei de Deus.
v.23e "a fará [a terra] em pedaços"
Na Idade Média a Europa e as civilizações vassalas sofreram com a fome, epidemias e a violência das perseguições religiosas. O papado se tornou o déspota do mundo. Reis e imperadores curvavam-se aos decretos do pontífice romano. O destino dos homens, tanto temporal como eterno, parecia estar sob seu domínio. Durante séculos as doutrinas de Roma tinham sido extensa e implicitamente recebidas, seus ritos reverentemente praticados, suas festas geralmente observadas. Seu clero era honrado e liberalmente mantido. Nunca a Igreja de Roma atingiu maior dignidade, magnificência ou poder.

v.24a "dez chifres... se levantarão dez reis"
Os dez reinos que originaram a atual europa - Francos (França), Alamanes (Alemanha), Saxões (Inglaterra), Lombardos (Itália), Visigodos (Espanha), Suevos (Portugal), Borgundos (Suíça), Ostrogodos, Hérulos e Vândalos

v.24b "se levantará outro [chifre], diferente dos primeiros"
Dos Lombardos (Itália) se levanta o chifre "diferente"; da mesma forma que no v.23b o reino era "diferente" por ser político-religioso, esse rei [chifre] assume a postura política-religiosa.

v.24c "abaterá três reis"
O papado derrubou três povos - Ostrogodos, Hérulos e Vândalos - através da sua escalada ao poder em Roma e do domínio na Europa antiga.

v.25a "falará palavras contra o altíssimo"
As prerrogativas divinas que o papa faz de si mesmo:
Uma das principais doutrinas do romanismo é que o papa é a cabeça visível da igreja universal de Cristo, investido de autoridade suprema sobre os bispos e pastores em todas as partes do mundo. Mais do que isto, tem-se dado ao papa os próprios títulos da Divindade. Tem sido intitulado: "Senhor Deus, o Papa", e foi declarado infalível. Exige ele a homenagem de todos os homens.

v.25b "consumirá os santos do altíssimo"
No século XIII foi estabelecido a mais terrível de todas as armadilhas do papado - a inquisição. O príncipe das trevas trabalhava com os dirigentes da hierarquia papal. Em seus concílios secretos, Satanás e seus anjos dirigiam a mente de homens maus, enquanto, invisível entre eles, estava um anjo de Deus, fazendo o tremendo relatório de seus iníquos decretos e escrevendo a história de ações por demais horrorosas para serem desvendadas ao olhar humano. "A grande Babilônia" estava "embriagada do sangue dos santos." Os corpos mutilados de milhões de mártires pediam vingança a Deus contra o poder apóstata.
Mas "o meio-dia do papado foi a meia-noite do mundo". - História do Protestantismo, de Wylie. As Sagradas Escrituras eram quase desconhecidas, não somente pelo povo mas pelos sacerdotes. Como os fariseus de outrora, os dirigentes papais odiavam a luz que revelaria os seus pecados. Removida a lei de Deus - a norma de justiça - exerciam eles poder sem limites e praticavam os vícios sem restrições. Prevaleciam a fraude, a avareza, a libertinagem. Os homens não recuavam de crime algum pelo qual pudessem adquirir riqueza ou posição. Os palácios dos papas e prelados eram cenários da mais vil devassidão. Alguns dos pontífices reinantes eram acusados de crimes tão revoltantes que os governadores seculares se esforçavam por depor esses dignitários da igreja como monstros demasiado vis para serem tolerados. Durante séculos a Europa não fez progresso no saber, nas artes ou na civilização. Uma paralisia moral e intelectual caíra sobre a cristandade.
A condição do mundo sob o poder romano apresentava o cumprimento terrível e surpreendente das palavras do profeta Oséias: "O Meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento. Porque tu rejeitaste o conhecimento, também Eu te rejeitarei, ... visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também Eu Me esquecerei de teus filhos." Osé. 4:6. "Não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus na Terra. Só prevalecem o perjurar, e o mentir, e o matar, e o furtar, e o adulterar, e há homicídios sobre homicídios." Osé. 4:1 e 2. Foram estes os resultados do banimento da Palavra de Deus.

v.25c "mudará os tempos e a lei"
Conforme fora predito pela profecia, o poder papal lançou a verdade por terra. A lei de Deus foi lançada ao pó, enquanto se exaltavam as tradições e costumes dos homens. As igrejas que estavam sob o governo do papado, foram logo compelidas a honrar o domingo como dia santo. No meio do erro e superstição que prevaleciam, muitos, mesmo dentre o verdadeiro povo de Deus, ficaram tão desorientados que ao mesmo tempo em que observavam o sábado, abstinham-se do trabalho também no domingo. Isto, porém, não satisfazia aos chefes papais. Exigiam não somente que fosse santificado o domingo, mas que o sábado fosse profanado; e com a mais violenta linguagem denunciavam os que ousavam honrá-lo. Era unicamente fugindo ao poder de Roma que alguém poderia em paz obedecer à lei de Deus.

v.25d "os santos lhes serão entregues"
Assim como o animal de rapina se torna mais feroz provando sangue, a ira dos sectários do papa acendia-se com maior intensidade com o sofrimento de suas vítimas. Muitas destas testemunhas da fé pura foram perseguidas através das montanhas e caçadas nos vales em que se achavam escondidas, encerradas por enormes florestas e cumes rochosos.

v.25e "um tempo, tempos e metade de um tempo"
"tempo, tempos, e metade de um tempo", três anos e meio, ou 1.260 dias, de Daniel 7, tempo durante o qual o poder papal deveria oprimir o povo de Deus. Este período, conforme se declara nos capítulos precedentes, começou com a supremacia do papado, no ano 538 de nossa era, e terminou em 1798. Nesta ocasião o papa foi aprisionado pelo exército francês, e o poder papal recebeu a chaga mortal, cumprindo-se a predição: "Se alguém leva em cativeiro, em cativeiro irá."

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