Tenho detectado uma certa má vontade da crítica para como TIM MAIA. Concordo que o aspecto de minissérie condensada impede que o filme atinja uma certa distinção no campo das cinebiografias musicais. Estou de acordo, principalmente, na rejeição aos excessos da narração em off do personagem Fábio, que muitas vezes soa redundante em relação às imagens e, pior ainda, oferece interpretações prontas ao espectador. Além disso, ainda vejo algumas sequências bastante mal ajambradas na montagem. Mas os aspectos elogiáveis são bem maiores, a começar pela qualidade das atuações, passando pela produção musical e a espirituosidade dos diálogos. É nas falas, em seu colorido, fluência e bom humor que se transmite a personalidade de Tim, desde as travessuras ingênuas da juventude tijucana até as barras pesadas da época de sucesso. É raro ver um filme brasileiro aproveitar tão bem as sugestões de cada situação e de cada período em benefício dos diálogos, e fazer das falas o material principal de cenas inteiras sem que elas pareçam meras ilustrações de uma pesquisa ou substitutos para o plano visual. Essa propriedade dos diálogos torna ainda mais evidente a impropriedade de parte da narração. De qualquer forma, o trabalho de Mauro Lima, dentro desse padrão médio de espetáculo, é profissional na forma e competente na comunicação do personagem. O tempo todo, eu vi o Síndico ali.

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