Uma pílula crítica sobre RAINHA E PAÍS, de John Boorman


Nunca me entusiasmei por "Esperança e Glória", do John Boorman. Achei frustrado no humor, na pretensa magia e na tentativa de soar felliniano. A impressão de desapontamento se confirma com RAINHA E PAÍS, uma retomada do personagem central 12 anos mais velho, mas 27 anos depois do filme anterior. A defasagem se faz sentir na produção menos caprichada e na dramaturgia um tanto velhusca. Bill Rohan, o menino que se divertia enquanto as bombas alemães choviam sobre a Inglaterra na II Guerra, agora é um jovem convocado pelo Exército em tempos de Guerra da Coreia. Seu espírito irreverente encontra eco num colega de farda, com quem ele desafia e tenta por a nu os durões do Exército britânico. Ao mesmo tempo, os dois procuram o amor nas frestas do serviço militar. Boorman cultiva o tom de comédia de caserna, mas não acrescenta nada de novo no front do gênero. Trabalha com caricaturas e clichês mornos do romantismo juvenil dos anos 1950. Tudo no lugar, certinho como uma ordem unida.

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