Eletrobras vai usar dinheiro da Celg D para aplacar dívidas maiores

Os recursos obtidos com a venda da Celg Distribuição (Celg D) vão ajudar a Eletrobras a executar investimentos e a amortizar dívidas mais caras, disse nesta quarta-feira Wilson Ferreira Junior, presidente da estatal elétrica.
A italiana Enel arrematou hoje a Celg D em um leilão de privatização realizado na BM&FBovespa, por cerca de R$ 2,2 bilhões. A Eletrobras vai receber cerca de R$ 1,1 bilhão.
O pagamento deve ser realizado no fim de janeiro. Na coletiva de imprensa realizada depois do leilão, o presidente da Enel Brasil, Carlo Zorzoli, disse que o pagamento será feito à vista e em dinheiro.
Sem ajuda da União
A Eletrobras não trabalha com a perspectiva de um novo aporte da União na empresa, segundo Ferreira Junior. “Agora, temos que trabalhar com nossas perdas mesmo”, disse.
Ao longo do ano, a Eletrobras recebeu aproximadamente R$ 3 bilhões da União em Adiantamentos para Futuro Aumento de Capital (AFAC), que ainda serão convertidos em capital da empresa.
Questionado sobre o processo de venda das outras seis distribuidoras de energia do grupo, Ferreira voltou a falar que ainda estão estudando a melhor forma de realizar a venda.
“Para o operador que quer melhorar perdas, é o melhor negócio”, afirmou. Isso porque as distribuidoras de energia do grupo têm indicadores de qualidade do serviço e financeiro muito inferiores às metas estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Segundo Ferreira, a Eletrobras e o governo federal não têm sentido resistência política nos Estados dessas distribuidoras devido à privatização.
“Distribuição é um negócio para bons players privados”, afirmou o executivo, que por anos comandou a maior distribuidora privada de energia do país, a CPFL Energia, antes de ser convidado para presidir a estatal, em julho deste ano.
Petrobras
A negociação da dívida da Eletrobras com a Petrobras referente à compra de combustíveis para geração de energia “vai bem”, de acordo com Ferreira Junior.
Segundo ele, a Eletrobras já apresentou uma proposta para a Petrobras. “Devemos fechar alguma coisa, espero fechar em dezembro”, afirmou, sem dar mais detalhes.
A negociação dessa dívida é essencial para a venda da BR Distribuidora pela Petrobras e também para a futura privatização da Amazonas Energia, controlada da Eletrobras, que concentra a maior parte do passivo.

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